Era um caminho de terra batida, acompanhada por palmeiras centenárias e uma cerca de madeira que meus olhos perdiam de vista, quando chegavam nas baixadas das colinas, onde o rio procurava o fim do seu destino. Ao chegar na fazenda, corria para sentir o cheiro da relva que ainda estava molhada pelo sereno da noite. Rolava sobre seu manto verde e ficava ali admirando a natureza que alguém criou. O azul do céu parecia estar mais próximo dos meus olhos, enquanto pequenas borboletas brancas brincavam em volta das margaridas, ouvindo o canto das juritis que vinham lá da selva. Avistava a fumaça da chaminé saindo lá da casa grande, um sinal que a comida estava cozinhando no fogão à lenha. O cheiro da saudade não se perde com o tempo e ainda posso sentir cada fragrância e ver a varanda com redes para descansar o corpo e alma, depois das brincadeiras de criança e das imagens que meus olhos viram no lombo de um cavalo, galopando nas pastagens. Logo vem um suspiro pacificador e uma emoção que só mesmo quem vivenciou estes momentos pode sentir o que eu sinto agora.
Helen De Rose